Impasse sobre corte de árvores pode atrasar duplicação da Avenida Beira-Rio
Obra da Copa do Mundo terá liminar que preserva vegetais no trajeto da via apreciada na quinta-feira
Vegetação que corre risco de corte fica em frente à Usina do Gasômetro Foto: Porto Alegre / Agencia RBS
A expressão inglesa deadline, um tipo de limite do qual não se pode passar, está em voga nos corredores das secretarias municipais envolvidas nas obras da Copa 2014 em Porto Alegre.
O Tribunal de Justiça do Estado (TJRS) aprecia na quinta-feira a liminar que impede o corte de árvores na Praça Júlio Mesquita, medida necessária para ampliar a Avenida João Goulart e evitar um gargalo na duplicação da Avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio). O prazo para começar os trabalhos está esgotado.
A duplicação da Beira-Rio é a obra da Copa que mais preocupa a prefeitura. Em fevereiro, 14 vegetais foram derrubados, e os demais só não tiveram o mesmo destino porque jovens escalaram os troncos e impediram a ação das motosserras.
A seguir, a liminar travou os demais cortes apoiada na lei que cria o Corredor Parque do Gasômetro — um projeto que integra a orla do Guaíba, a ponta do Cais Mauá e as praças Brigadeiro Sampaio e Júlio Mesquita.
Se a prefeitura rói as unhas, o lado preservacionista também está apreensivo. O entendimento geral é de que a obra deverá ser liberada na quinta. Em toda a Beira-Rio, devem ser cortadas 115 árvores — compensadas por 401 novos vegetais e 2 mil mudas a serem plantadas na orla do Guaíba.
Mas a coordenadora do movimento Viva Gasômetro, Jacqueline Sanchotene, acha que pode vir alguma boa medida junto, como a retirada do projeto do estacionamento na Júlio Mesquita.
— Não é o resultado pelo qual nós lutamos por sete anos. Mas, de qualquer forma, conseguimos evitar o pior. Se não houvesse essa lei do parque no Plano Diretor, iam duplicar e fazer o estacionamento na praça — pondera.
Prefeitura silencia para evitar desgasteO desembargador Carlos Eduardo Zietlow Duro, do TJRS, preferiu não dar entrevista às vésperas do julgamento. O secretário municipal de Gestão, Urbano Schmitt, também não falou. A prefeitura teme desgastes com pronunciamentos antes da decisão.
Enquanto isso, o movimento Ocupa Árvores segue acampado desde 17 de abril entre a rotatória em construção e a Câmara Municipal. Eles pretendem subir nas árvores e evitar a derrubada se a liminar cair. A promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Ana Maria Marchesan, afirma que há uma grande tensão porque “o recurso menos renovável que existe é o espaço”:
— Esse espaço é disputado por várias atividades. Dentre as que eu vejo com maior conflito estão moradia, carros e áreas verdes. Isso só se supera com planejamento, gestão ambiental e servidores públicos suficientes.
Villela apoia obraNa época da construção da Primeira Perimetral, o hoje vereador Guilherme Socias Villela era prefeito de Porto Alegre (1975/83). Ele lembra que o traçado original previsto no projeto da Avenida Presidente João Goulart foi modificado para que a Usina do Gasômetro se salvasse. Resultado: a via recuou para o interior da cidade. Villela recorda que não havia árvores no local.
As que estão no caminho da via teriam sido, portanto, plantadas entre o fim da década de 70 e início dos anos 80. Hoje, o ex-prefeito defende a obra de duplicação, com o consequente corte dos vegetais.
O Tribunal de Justiça do Estado (TJRS) aprecia na quinta-feira a liminar que impede o corte de árvores na Praça Júlio Mesquita, medida necessária para ampliar a Avenida João Goulart e evitar um gargalo na duplicação da Avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio). O prazo para começar os trabalhos está esgotado.
A duplicação da Beira-Rio é a obra da Copa que mais preocupa a prefeitura. Em fevereiro, 14 vegetais foram derrubados, e os demais só não tiveram o mesmo destino porque jovens escalaram os troncos e impediram a ação das motosserras.
A seguir, a liminar travou os demais cortes apoiada na lei que cria o Corredor Parque do Gasômetro — um projeto que integra a orla do Guaíba, a ponta do Cais Mauá e as praças Brigadeiro Sampaio e Júlio Mesquita.
Se a prefeitura rói as unhas, o lado preservacionista também está apreensivo. O entendimento geral é de que a obra deverá ser liberada na quinta. Em toda a Beira-Rio, devem ser cortadas 115 árvores — compensadas por 401 novos vegetais e 2 mil mudas a serem plantadas na orla do Guaíba.
Mas a coordenadora do movimento Viva Gasômetro, Jacqueline Sanchotene, acha que pode vir alguma boa medida junto, como a retirada do projeto do estacionamento na Júlio Mesquita.
— Não é o resultado pelo qual nós lutamos por sete anos. Mas, de qualquer forma, conseguimos evitar o pior. Se não houvesse essa lei do parque no Plano Diretor, iam duplicar e fazer o estacionamento na praça — pondera.
Prefeitura silencia para evitar desgasteO desembargador Carlos Eduardo Zietlow Duro, do TJRS, preferiu não dar entrevista às vésperas do julgamento. O secretário municipal de Gestão, Urbano Schmitt, também não falou. A prefeitura teme desgastes com pronunciamentos antes da decisão.
Enquanto isso, o movimento Ocupa Árvores segue acampado desde 17 de abril entre a rotatória em construção e a Câmara Municipal. Eles pretendem subir nas árvores e evitar a derrubada se a liminar cair. A promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Ana Maria Marchesan, afirma que há uma grande tensão porque “o recurso menos renovável que existe é o espaço”:
— Esse espaço é disputado por várias atividades. Dentre as que eu vejo com maior conflito estão moradia, carros e áreas verdes. Isso só se supera com planejamento, gestão ambiental e servidores públicos suficientes.
Villela apoia obraNa época da construção da Primeira Perimetral, o hoje vereador Guilherme Socias Villela era prefeito de Porto Alegre (1975/83). Ele lembra que o traçado original previsto no projeto da Avenida Presidente João Goulart foi modificado para que a Usina do Gasômetro se salvasse. Resultado: a via recuou para o interior da cidade. Villela recorda que não havia árvores no local.
As que estão no caminho da via teriam sido, portanto, plantadas entre o fim da década de 70 e início dos anos 80. Hoje, o ex-prefeito defende a obra de duplicação, com o consequente corte dos vegetais.
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