11 março 2014

Coluna Jornal do Centro


"Escrevo esta coluna impactada pelas mortes do Eduardo Coutinho e do Nico Nicolaiewsky.

A morte do Coutinho -de uma estupidez galopante- deixou a todos nós que temos ligação com o cinema brasileiro atônitos*. A morte do Nico deixou todo o Rio Grande enlutado.
Com o Coutinho tive a oportunidade de conviver no Rio de Janeiro -um tanto ranzinza- era um gênio no seu metier, sem dúvida o nosso maior documentarista.
Com o Nico, estranhamente não convivi a não ser nas vezes em que assisti  Tangos e Tragédias quando este estava “incorporado” do Maestro Pletskaya, mas me sentia próxima dele talvez por ter sido colega no colégio da sua mulher a atriz Márcia do Canto e pela proximidade que tenho com o Hique Gomes o personagem Kraunus Sang do Tangos.
Duas mortes que parecem não ter sentido, parecem não ter explicação...
Ainda atônitos recebemos  a notícia da morte do cinegrafista Santiago Andrade, ferido em uma manifestação no Rio de Janeiro.
Manifestações estas que dizem ser feitas por movimentos sociais, movimentos que teoriamente, estão preocupados com a sociedade, preocupados com o outro.
Qual a explicação destes manifestantes para o final trágico de Santiago Andrade? Qual o conforto que estes manifestantes-que fazem uso da força- para esta família que deixou enlutados quatro filhos e uma viúva?
Viver em sociedade é enxergar o outro, respeitar suas lutas conviver e tentar compor com estes.  É recorrer as instituições e dentro destas travar verdadeiras batalhas.
Gritos, agressões, xingamentos, nos parece coisa de quem perdeu o bico e a mãe não quer mais alcançar, então choram sapateiam e se atiram ao chão.
A este  diríamos Não levanta tua voz melhora teu argumento,  diríamos também melhora tua luta, se é que ela existe.
Jacqueline Sanchotene
Coordenadora
Movimento Viva Gasômetro"

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